Não sou
Dos que se confundem
Com a literatura
Dos que se confundem
Com a literatura
Não vivo; escrevo
Enquanto elaboro estas linhas
A vida segue
Serena, solta
E o que é pior:
Sem sentir a minha falta
Sem sentir a minha falta
Inconsolável, perco-me no reino das palavras
Abuso de uma amálgama de controle e transe
Entorpecente à base da doce ilusão
De moldar os fatos a meu bel prazer
O devaneio promete
Entre outras maravilhas
Entre outras maravilhas
Tornar-me capaz
De acariciar o indizível
De acariciar o indizível
Quanta ingenuidade!
A literatura é uma mentira
E é também uma covardia
E é também uma covardia
Ainda bem que não se vive só de coragem!
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